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Posts com a tag ‘Tecnologia’

Nova forma de funeral: liquefação do corpo, vulgo, sopa de defunto!

17, setembro, 2011 Ester Castro Fechado para comentários

Modernidade e tecnologia são constantes e estão presentes em todos os setores inimagináveis, inclusive num mero funeral.

O ritual de velar e sepultar o corpo dentro de um caixão corre o risco de ficar no passado. Além da cremação, outro ritual já bastante usado, também está surgindo agora a liquefação do corpo onde o de cujus é submetido ao que chamam de hidrólise alcalina.

Liquefação do corpo

Imagem: BBC News

A máquina foi criada pela Resomation Ldt. e a pioneira na comercialização do processo é a funerária Anderson-McQueen, localizada na Flórida. Trata-se de uma alternativa prática – ela quebra as moléculas do corpo em água alcalina aquecida e, como se fosse mágica, o falecido dissolve.

 

Ao que consta, o corpo é submerso em uma solução de água e hidróxido de potássio sendo pressurizado e aquecido a 180° durante umas duas ou três horas. O que sobra são os ossos, que podem ser moídos e devolvidos à família. Os órgãos e tecidos ficam totalmente dissolvidos e o líquido é despejado no esgoto. Os amálgamas dentários, que na cremação acabam emitindo mercúrio no ar, também podem ser facilmente separados recebendo um destino seguro.

Os criadores da liquefação de corpo defendem que se trata de um sistema totalmente sustentável, ou seja, os resíduos não oferecem riscos ao meio ambiente, o processo produz três vezes menos gases de efeito estufa e gasta um sétimo da energia usada para a cremação. Então tá então, né?

Mas de qualquer forma, independente do modo como serão suas exéquias ou quaisquer que sejam suas escolhas, virar adubo, pó ou sopa, o mais importante é defender a doação de órgãos. Não há um final mais digno. ;)

Fontes: Super Interessante e BBC News

A origem do eletrocardiograma e como era feito o primeiro ECG de repouso

3, setembro, 2011 Ester Castro 7 comentários

Essa semana eu estava dando um up no meu treinamento e num livro sobre Eletrocardiografia Prática que tenho aqui, tinha a imagem de como era feito o primeiro exame de eletrocardiograma (ou ECG) no início do século passado. Fiquei curiosa e fui fuçar mais na internet a respeito.

Mas antes,  pra quem pegou o bonde andando, eu contei aqui no início do ano que me tornei técnica em eletrocardiograma, ou seja, faço a parte prática realizando os exames para que o médico, no caso meu marido, possa fazer a leitura e o laudo.

Continuando, googlei e achei um monte de coisa sobre a origem do eletrocardiograma, inclusive a tal imagem. Achei que seria massa postar aqui. :)

A história do eletrocardiograma (ECG) remonta ao século XIX. Acredita-se que o primeiro registro de eletrocardiograma em humanos tenha sido realizado em 1872, por Alexander Muirhead (1848-1920), engenheiro elétrico escocês especializado em telegrafia sem fio, enquanto estudava para seu doutorado em Eletricidade, em colaboração com o fisiologista britânico John Burdon Sanderson. Depois disso, o primeiro a se dedicar sistematicamente ao estudo da atividade elétrica do coração foi Augustus Waller, em Londres. Mas o grande avanço veio quando Willem Einthoven (1860-1927), médico e fisiologista holandês, inventou um sistema mais sensível e prático para registrar a atividade elétrica cardíaca. Em 1895, Einthoven distinguiu 5 deflexões no traçado de ECG, denominando-as por letras (P, Q, R, S, T) que foram consagradas e são utilizadas até hoje. Einthoven posteriormente também descreveu características eletrocardiográficas de diversas doenças cardíacas. “Por sua descoberta do mecanismo do eletrocardiograma”, Einthoven recebeu o Prêmio Nobel de Fisiologia ou Medicina em 1924.

 

Só pra completar, existiram vários precursores da eletrofisiologia no decorrer do século XIX. O primeiro protótipo de eletrocardiógrafo propriamente dito foi inventado pelo fisiologista britânico Augustus D. Waller em 1887, mas o pai da eletrocardiografia mesmo é o médico e fisiologista holandês Willem Einthoven, uma vez que aperfeiçou a técnica com o invento de um galvanômetro de corda em 1903 que possibilitou registros fiéis com uma padronização usada nos dias atuais. Sua atribuição das letras P, Q, R, S e T para as várias deflexões, ou seja, as letras que identificam a sequência dos estímulos elétricos do coração, são usadas até hoje. Aliás, a escolha de tais letras permanece uma incógnita.

Primeiro eletrocardiograma
Eletrocardiógrafo construído pela Cambridge Scientific Instrument of London, 1911.
Créditos imagem: Wikipedia

Agora notem o tamanho da traquitana usada pra fazer os primeiros eletrocardiogramas no início do século XX. Vejam que o paciente tinha que ficar com as mãos e um dos pés imersos na salmoura. Segundo consta, esse procedimento fazia a vez dos eletrodos auto-adesivos ou ventosas atualmente posicionadas no tórax e ligados por cabos ao eletrocardiógrafo.

Mas o que outrora parecia engraçado se tornou um grande passo dentro da medicina. O ECG é um exame preliminar que pode detectar quase todos os problemas cardíacos em menos de cinco minutos! Quer dizer, esse é o tempo de um ECG digital, cada vez mais comum hoje, mas ainda existem locais que utilizam um antecessor analógico que registra o exame em uma fita quilométrica que pode levar de 10 a 15 minutos pra ser feito.
De qualquer forma o que importa é o benefício deste invento e só nos resta fazer uma ode à quem incansavelmente esteve a frente dos estudos e das pesquisas para torná-lo possível. Ah sim e uma ode também à evolução tecnológica que possibilita o seu aperfeiçoamento.

 

ECG digital
Imagem Ilustrativa
Créditos: Fala Rio das Ostras

Bom, mas mudando de pato pra ganso, como eu ainda não tirei nenhuma foto do meu ambiente de trabalho, por coincidência achei a foto acima (apesar de loira, não sou eu!) que traduz bem o que eu faço e que mostra como é feito hoje o ECG de repouso digital.
A técnica acima está usando o programa Wincardio, já eu gosto de usar o ErgoPC, um programa que faz tanto o ECG como o ECG de esforço, vulgo teste ergométrico.

Os pacientes são encaminhados até mim quase sempre com o pedido de exame, faço o cadastro no programa, preparo o paciente posicionando os eletrodos no peito e as pinças no braços e pernas (gel ou álcool são imprescindíveis), faço a conexão dos cabos que vão mandar a informação dos estímulos elétricos para o computador, se está tudo ok sem nenhuma interferência, faço o registro e mando imprimir. Simples assim. Essa é minha rotina de trabalho, também toda trabalhada no jaleco branco e amando muito o que eu faço.

É claro que vez ou outra pego pacientes que acabam me deixando deprimida como foi o caso de um bebê de UM MÊS que precisava de um ECG pra risco cirúrgico porque ia fazer uma cirurgia cardíaca. Era um anjinho com o peito tão pequeno onde mal cabiam os eletrodos e que havia nascido com um problema de válvula. Sendo eu mãe, era impossível não me consternar.

Mas também há momentos gratificantes. Fiz um ECG num senhorzinho de 94 anos que eu jurava não ter mais do que 60 e mais, que AINDA DIRIGE!!! Quando perguntei a data de nascimento para efetuar o cadastro, me disse claramente sem hesitar (já teve gente de 50 que precisou pegar a ID porque não tinha certeza do ano) numa lucidez e vivacidade invejáveis. Perguntei à ele qual era o segredo de uma longividade tão feliz e ele disse que era ter o coração limpo de todo e qualquer sentimento ruim e saber ouvir. Marejei os olhos.
Claro que o fato dele nunca ter fumado e nem beber, passou a ser só um detalhe. :D

See ya!!

Fontes e leituras complementares: Cardiologia Sem Fronteiras, Wikipedia, ECG Library, História da Medicina, Health in Hand

IMAX – não morra sem conhecer!

5, agosto, 2011 Ester Castro 2 comentários

Bom queridos, continuando o post anterior, outra dica dada por amigos foi NÃO DEIXAR de conhecer o IMAX!! Claro que seguimos a sugestão com afinco.

Mas antes, pra quem ainda bóia no assunto, uma breve noção através do tio Wiki:

Imagem Maximum (IMAX) é um formato de filme criado pela canadense IMAX Corporation que tem a capacidade de mostrar imagens muito maiores em tamanho e resolução do que os sistemas convencionais de exibição de filmes. (…) Para que seja criada a ilusão de profundidade tridimensional, o processo IMAX 3D utiliza duas lentes para representar os olhos direito e esquerdo. As duas lentes são separadas por uma distância inter-ocular de 64 mm, que é a distância média entre olhos humanos. A gravação é feita em dois rolos de filme para os olhos esquerdo e direito, que são projetados simultaneamente, criando para os espectadores a ilusão de ver uma imagem 3D em uma tela em 2D.

IMAX Comparação

Imagens: G1

Vejam que enquanto os filmes convencionais possuem um formato de 35mm, o formato do IMAX tem o dobro de tamanho, prometendo o que chamam de “experiência IMAX” onde você vê mais, ouve mais e sente mais.

Mas se você acha que isso é uma tecnologia recente, pasmem, o primeiro filme/curta feito com a câmera IMAX, foi em 1970!! E mais. O formato de 70 mm já existia na década de 50, mas devido ao alto custo das filmagens, uma vez que os filmes em 70mm rodam 48 frames por segundo contra os 24 frames dos filmes em 35mm, era preciso empregar o dobro de material para gravar um mesmo segmento.
E mesmo filmando em 35mm para depois fazer a conversão, havia um outro porém, os projetores que não estavam adaptados para projeções de 70mm, tornando todo o aparato totalmente inviável.

Foi aí que anos mais tarde, um grupo de visionários, Graeme Ferguson, Roman Kroitor, Nicholas Mulders e William C. Shaw, começou a desenvolver o sistema IMAX que foi apresentado pela primeira vez ao mundo no final da década de 60.

Bom, mas ainda tem a questão do peso da câmera IMAX que é em torno de 113 kg, dificultando ainda mais seu manuseio e fazendo com que isso aliado aos altos custos da tecnologia IMAX, não fosse usado na íntegra em longas hollywoodianos, mas sim em curtas e documentários.

Pelo que eu pude apurar, poucas grandes produções tiraram o escorpião do bolso para usar a câmera ainda que só um pouquinho. Há exemplos como Batman: The Dark Knight, que teve uma sequência de 28 minutos feitos com a câmera IMAX e parece que em The Dark Knight Rises, o tempo será ainda maior. É… Mr. Nolan chutando bundas rsrsrsrsrs
Ah,  Transformers 2 também teve algumas cenas gravadas com a câmera poderosa. Se alguém souber de mais algum filme nestes termos, cita aí! ;)

De resto, todos os filmes que são exibidos nas salas IMAX, salvo a infinidade de curtas e documentários que utilizaram a câmera IMAX na íntegra, foram originalmente gravados em formatos regulares e depois remasterizados para o formato IMAX, embora há quem diga que mesmo elevando absurdamente a qualidade de som e imagem, não é a mesma coisa das filmagens feitas diretamente em 70mm.
Essa remasterização só passou a ser feita a partir de 2002. São os chamados filmes IMAX DMR (Digital Media Remastering). Vale lembrar que algumas animações feitas diretamente na bitola de 70mm nem passam pelo processo de remasterização.

 

IMAX do Espaço Unibanco no Bourbon Shopping

IMAX Espaço Unibanco no Bourbon Shopping - Créditos imagem: Aline Arruda

Fato que eu não podia mesmo morrer sem antes conhecer e sentir essa tecnologia que chegou ao Brasil há apenas três anos. Garantimos os lugares na fileira H (bem no meio!) só porque o maridão ficou na espreita pra garantir os ingressos antecipados pela internet assim que as vendas abrissem.

Mas posso falar? Pena que na única sala de São Paulo das três (até o momento) existentes no Brasil (as outras duas estão no Rio de Janeiro e em Curitiba) o filme em cartaz era Harry Potter e as Relíquias do Morte – Parte 2. Foi meio que subutilizar o potencial do IMAX apesar da qualidade de som e imagem serem realmente embasbacantes, tipo coisa do outro mundo mesmo! Acontece que não é o tipo de filme carregado de efeitos e cenas ofegantes que eu gostaria de ter vivenciado.
Fico imaginando como teria sido ver Avatar, que eu vi no cinema de Uberlândia e já era fenomenal em uma sala 3D normal. Sim porque mesmo Avatar também ter sido remasterizado tal qual Harry Potter, não há menor dúvida sobre qual me faria vibrar e sair do chão.
Mas mesmo que Harry Potter tenha sido bem morno e o seu 3D ter sido modesto, pra não dizer sutil, ainda assim valeu TUDO! Não fui pra ver o filme e sim o IMAX hauhauhauhau

IMAX Hubble 3D

IMAX 3D - Imagem: reprodução

Pelo menos um dos trailers apresentandos no início foi Hubble 3D, um documentário feito para a Warner todo filmado com a câmera IMAX, que deu pra REALMENTE sentir todo o potencial de um cinema IMAX 3D. Foi INCRÍVEL! Saca qual foi minha cara de espanto!! :=)
Gente, é sério, me senti fazendo parte da tela e tudo parecia estar a um palmo do meu rosto!!! Coloquei o dedo no Hubble e alisei um astronauta hauahauahauahauahauahau

Pude enfim comprovar que em IMAX 3D, as imagens literalmente saltam da tela pra parar no seu colo!

Já pensou quando todos os filmes, pelo menos os blockbusters, forem feitos na íntegra com a câmera IMAX e pelo menos todas as capitais pudessem ter uma sala IMAX? Então vamos baratear isso aí? Seria meu sonho de consumo…

Até lá, todo aquele que ama cinema e jamais se contentaria com cópias piratas xexelentas, precisa se reservar na dignidade e no direito de viver a experiência IMAX pelo menos uma vez na vida. E esqueçam tudo que já viram num cinema em termos de qualidade. Vocês ainda não viram nada.

Fontes e links complementares:
Lista de filmes rodados na íntegra com a câmera IMAX
Lista de filmes digitalmente remasterizados para o IMAX
Dados técnicos do IMAX de São Paulo
Como funciona o IMAX
Bitolas e formatos de filmes

 

Categories: Cinema, Opinião, Tecnologia, Tudo

Primeiro anúncio com vídeo em jornal feito no mundo!

21, julho, 2011 Ester Castro Fechado para comentários

Primeiro anúncio com vídeo em jornal feito no mundo!

A Fiat Bravo e o jornal O Estado de São Paulo investiram pesado em publicidade lançando algo inédito: uma capa promocional num jornal impresso contendo vídeos que divulgam o novo carro em questão.

Essa sobrecapa do jornal contém uma telinha LCD cujo mecanismo é explicado aqui e acompanhou a edição para um seleto número de mil assinantes no último dia 3 de julho.

A ação, usa a tecnologia VIP da empresa carioca Sync Mobile e Americhip e torna o jornal o primeiro no mundo a trazer uma tela de LCD em uma edição diária impressa. Um selecionado de mil assinantes do jornal receberá os exemplares em São Paulo. A criação da Agência Fiat.

PS: Isso não é um publieditorial.

Via Comunicadores

L.A. Noire – o divisor de águas do motion capture?

1, abril, 2011 Ester Castro 9 comentários

Será lançado no mês que vem, mais precisamente na primeira quinzena de maio, o L.A. Noire, game produzido pela Rockstar, a mesma que fez GTA e Red Dead Redemption.

Mas o que chama a atenção desse game além de prometer ser tão envolvente, interativo e phoda quanto Heavy Rain? É a fidelização absurda dos movimentos faciais!

É fato que a indústria dos games evoluiu estratosfericamente em termos gráficos e tem melhorado bastante no motion capture ou mocap, tecnologia que “grava” movimentos corporais humanos que são transferidos para os personagens digitais.

Entretanto, convenhamos que os movimentos faciais, leia-se leitura labial e expressões que indicam espanto, dúvida, medo, alegria, enfim, toda sorte de sensações, sempre deixaram muito a desejar.

L.A. Noire

E parece que L.A. Noire irá revolucionar nesse quesito. O game foi feito através do MotionScan, um programa de captura em 3D desenvolvido pela Depth Analysis.
Esse programa utiliza 32 câmeras de alta definição para capturar performances tridimensionais a 30 frames por segundo. Ele não faz só a captura da face, mas sim a cabeça inteira incluindo o estilo do cabelo. Até então não existia nada parecido no mercado!

O vídeo abaixo mostra bem como é feito esse processo. Está em inglês, mas dá pra entender perfeitamente o que vamos esperar daqui pra frente.

 

 

Não é fantástico? Agora veja o vídeo com trechos de L.A. Noire em ação:

 

 

L.A. Noire sai tanto para o PS3 como para o Xbox 360.
Ansiosíssima aqui! Será como jogar num filme, né não?

 

Via Engadget e Tecmundo

 

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