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O dia em que fui refém de uma cobra…

10.12.08 - 3:46 PM Ester Castro






Eu tenho andado farta de tanta mesmice e com muita falta de inspiração diante da cobrança da carta magna blogueira de que é preciso atualizar o blog diariamente. Isso tem me sufocado bastante e sei que esse conflito interno afeta qualquer um que se predispõe a manter um blog.
Mas passa. Tem dias que estamos assim e dias que estamos assado e logo novamente tinindo de gás e estímulo para criar ou reproduzir algo que pague o tempo gasto com o blog.

Bom, e como estou num desses bad days, acho que o jeito é apelar para o lado pessoal como faço aqui algumas vezes, contando tosquices da minha vidinha mais ou menos.
Esse episódio micônico que conto a seguir, me aconteceu há alguns anos.

Então quem estiver a fim, senta que lá vem a história.

Planta do escritório (clique para ampliar)

Quando eu fazia faculdade, passei metade do meu curso trabalhando para bancá-lo. Fui secretária e depois promovida à chefe de escritório numa filial de um TRR (Transportador Revendedor Retalhista)  de derivados do petróleo. Tipo um posto que só vendia diesel e lubrificantes em grandes quantidades.
As instalações dessa filial foram especialmente construídas num bairro afastado por causa dos tanques de combustíveis, dos caminhões e a necessidade de um pátio enorme e tal.
A rua não era nem asfaltada e do outro lado os lotes eram vazios, ainda com a vegetação do cerrado.

Pois bem. Estava eu em minha sala no horário de almoço, totalmente sozinha. O gerente, meu auxiliar, a copeira e os motoristas tinham ido almoçar e como o escritório não podia fechar, afinal era época de safra, a gente revezava. Não adiantava muito não, porque em cidade do interior a hora do almoço era sagrada até para os clientes.
Fiquei sentada à minha mesa que ficava de costas para a porta (vide imagem simulada acima), adiantando a finalização de um relatório mensal. Foi então que o silêncio de repente foi quebrado por um som que lembrava o zumbido de um marimbondo,  tipo aqueles bem grandões.
Na hora nem dei importância, mas nos minutos seguintes o “zumbido” pareceu cada vez mais intenso e estranho.
Me levantei e enquanto me dirigia até a porta  que dava acesso à recepção, arquitetava uma maneira de me livrar desse “abelhudo”. Parei na soleira e me limitei a espiar de lá mesmo, já que o tal zumbido havia cessado completamente. Parada ali, corri o olho por toda a recepção pra ver se via o bendito autor do zumbido. Nenhum sinal…

Foi então que algo me fez abaixar a cabeça e deslizar o olhar para um ser que também estava estático e me fitando com um olho só, a uns 30 cm dos meus pés: uma cobra…enooorme!!
Ela estava com a cabeça flexionada de modo que pudesse olhar pra mim, totalmente imóvel e em silêncio, como se esperasse alguma reação minha.
Era daquelas cobras marrons que ficam com a cabeça e parte do corpo erguidas e eretas e costumam “correr” atrás da gente… Alguém sabe o nome? Disseram que era caninana. Sei lá…

Pois então. Passado esse lapso de confronto visual eu fechei a porta [Patropi mode on] nuuuma velocidaaade [off] ficando presa em minha sala enquanto a cobra continuava o seu passeio pelo interior da recepção e do resto do escritório.
Pensei… que merda eu faço agora??? Eu poderia pular a janela se esta não fosse de ventarola. Eu poderia usar o celular, se tivesse um. Eu poderia usar o telefone, se já tivesse uma extensão instalada. Usar o telefone da recepção com a cobra lá?? Sem chance.

Fiquei em pé sobre a minha mesa e espiei através da ventarola pra ver se via algum fiodedeus passando naquele lugar desértico. Gritei por socorro. Yeaaaap. Eu fiz isso. Ninguém, a não ser a cobra que devia estar se divertindo às minhas custas.

Mais de meia hora passada e eu ainda ali sendo refém de uma situação patética. O que mais me angustiava não era ter ficado presa ali, mas pensar o que teria acontecido se eu não tivesse ido até a porta…. A cobra teria entrado na sala e me surpreendido por trás!!! (comentários engraçadinhos serão deletados, ok!!! :=) )

Quando percebi o “zunido” da cobra mais distante, voltei a olhar pela ventarola e notei que ela havia saído e rastejava em direção à copa. Aí mais que depressa aproveitei a oportunidade e saí correndo dali.
Fui até a casa do guarda noturno da firma que morava logo na rua dos fundos. Ele retornou comigo e capturou a danada.
Ele me disse que era uma cobra sem peçonha e que portanto não iria me fazer mal…
E precisava ser peçonhenta???
Eu teria caído durinha e mortinha da silva de susto se eu tivesse dado de cara com ela dentro da minha sala… :))



Categorias: Tudo, Vida Pessoal







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  1. Haddammann
    13, dezembro, 2008 em 16:46 | #1

    Isso é história de vida que faz bem, porque está bem escrita, e por incrível que pareça pousou como um pára-quedas de natal, fazendo-me ter mais uma vez certeza de que vale nos levantarmos como seres humanos …

    Portanto considere também aí …

    Enquanto dois ou três, apenas, lêem o que é imprescindível ser lido; um monte nem se dá conta ou interesse sequer de notar o que lhes importa; pior ainda: um bando imenso de hermetizados pela forquilha da escravidão (religiosa) rebatem o que é exatamente feito para livrá-los da escuma da mediocridade que defendem, e como idiotas e covardes, agem vil e podremente.

    Imaginem. Imaginem. Tentem ver. O que é quase inimaginável: Pessoas apedrejando uma outra pessoa por ter dito apenas, seja lá o motivo que for, alguma coisa contra uma FANTASIA esdrúxula de um Sei Lá O Que, que cismam que temos que ficar como parvos aplaudindo esse troço estapafúrdio. É quase inacreditável. E pensar em como seríamos vistos por uma Sociedade Acuradamente Consciente; o que cidadãos de uma Sociedade assim pensariam de nós?

    Ao invés de estarmos numa sociedade em que hoje quase que não veríamos Polícia (mas só um qualificadíssimo e pouco numeroso time de agentes para agir muito raramente); hoje vemos o fracasso de uma sociedade em educação(?) sofrível, e quase que nenhuma; onde interesses e distorcimentos de conceitos alastram como vírus.

    Estudiosos, famílias, garotos e garotas, são cercados por sombrios tuteladores, que pregam “conselhos”, e doutrinas, que causam engulhos, de tão estúpidas, mentirosas e nojentas, que são; e os “intermediários bonzinhos” pregam o fixo fito do maldito aniquilamento de nossa espécie, que nos encalacra socialmente, amarrados como no filme: A Violência da Inocência; ou na música-clip do Pink Floyd: Another Brick In The Wall.

    Mas é hora de parar de chorar; e deflagrar o veredicto e a sentença, e declarar a Recta Justicia sobre os que nos esgulheparam.

    Formataram-nos para nos viciarmos cobiçando indolentes, rasos, assoberbados, e degenerados “boas vidas”; olhando-nos sôfregos em fúteis vaidades.

    Ávidos por riquezas e sem saber dar-se conta do que vaza pro ralo inútil das mãos dos espúrios, famigerados, nocivos, e vagabundos, pederastas das retóricas, mascarados falastrões, vendedores do lesivo terrorismo psicológico: o maldito cancro da crença e religião.

    Aproximaram nossos infantes (e amigos) dos cachorros, e enfiaram-nos em grades. As relvas, gramíneas e forragens em que rolávamos em nossos lazeres foram cercadas e cravadas com vigias; os pequenos têm cêrcos (como bichos adestrados) e os cachorros estão soltos em volta, acostumando já os ninos de tenra idade a uma sina que os esmagaçará por sua vida adulta, por seus vegetativos dias; em que andarão como meio-vivos, meio-nadas, sem um pingo da claridade da consciência que nunca imaginarão que poderiam ver na vida.

    Ludibriados vão eufóricos em direção de nada os seres humanos, em bandos aos matadouros psicológicos; e os asseclas acoluinhados dos mercenários estrupadores da Vida Humana fazendo-se de “amigáveis caridosos” controlam cada pé de nossas vidas.

    Como podemos estupidamente aceitar, e não ver, que garotos que dormitam de cansados por corredores de pesquisas, para nos trazer uma vacina que nos livre dum sofrimento, para nos trazer um acesso que não nos faça ficar como parvos nervosos imprensados num trânsito grotesco, que nos mostre chances de motivos de sorrisos com a vida, como podemos aceitar que o que produzem é ruim? Que por serem estudiosos são maus? Que desgraça é essa? Por que não vemos o que é direito desses garotos, dessas garotas que estudam, o mínimo quanto deveriam usufruir, e não já estarem destruindo suas saúdes, em condições cotidianas precárias, enquanto extornamos nossos benefícios para salafras que nos mantém assim, engrupidos, enquanto se espojam numa mordomia fraudulenta e covarde para com a espécie humana. Precisamos ver isso hoje. Porque os meninos têm o direito à vida, e não o cárcere submisso que estamos dispondo aí.

    Haddammann Veron Sinn-klyss

    sábado – Dezembro de 2008

  2. 12, dezembro, 2008 em 09:09 | #2

    ahahaha! Muito boa história. Espero que sempre tenha dessas para contar aqui, e quem dera meus bad days viessem com posts bons assim!

    Eu já passei por situação de pânico por causa de cobra numa viagem de bicicleta. A cobra se enrolou na bike enquanto eu descansava à sombra de uma árvore. Tive que tirá-la com um galho. Joguei-a dali e saí correndo de forma grotesca, em pânico, levando a bike pro asfalto quente, onde ela não poderia me seguir. Sorte que era no meio do nada e ninguém viu, porque seria um belo mico!

  3. 12, dezembro, 2008 em 00:18 | #3

    Adorei seu blog!! :hiss:

  4. 11, dezembro, 2008 em 23:26 | #4

    Olá, gostaria de pedir-lhe um favor: Por motivos pessoais e judiciais estou excluindo linkagens diretas do google para meu nome. Teria como deletar este comentario feito por mim neste post já que ele aparece na busca?
    http://www.saberebomdemais.com/ta-chato-veste-puk

    No caso, meu comentario é esse:

    October 7th, 2008 @6:42 PM

    Eu daria o Kit Puket para minha mãe, que anda muito pentelha porque tá brigando demais com o namorado!

    Debora C.

    Obrigada e desculpe o encomodo :)

  5. 11, dezembro, 2008 em 17:58 | #5

    Caramba, que história. Eu também já estive frente a frente com uma cobra, porém ela ficou com mais medo de mim do que eu dela…. hehe

  6. 11, dezembro, 2008 em 06:19 | #6

    :haha: que engraçado! mas na hora deve ter dado um baita medo. uma vez eu corri de um lagarto ahiudhuidhasdi

    uma hora dessas conto no meu blog.

    beijoo!

  7. 10, dezembro, 2008 em 19:22 | #7

    E aí! Nossa, eu recebo no meu e-mail sua atualização e adorei o relato! kkkkkk

    Muito bom mesmo! Patropi mode on !!! XDD

    E o pior que angustia mesmo, pensar nos what ifs ne?

    Parabens pra vc por ter escapado da danada!! :yeah:

  8. smx
    10, dezembro, 2008 em 19:12 | #8

    AUSDHUASDHASu!! em São Miguel do Araguaia meu labrador matou 2 desses…

    eu tb morri de medo, depois que fui saber que não tinha peçonha, as vezes esse tipo de informação nos tira de uma enrrascada dakelas lol.

  9. 10, dezembro, 2008 em 19:05 | #9

    Nooossa, que situação. :eek: Mas foi engraçado o relato. Eu fico refém quando aparece barata. Uma vez fiquei no meu quarto por quase uma hora porque havia barata no corredor. Cheguei a colocar minha toalha embaixo da porta para não haver a mínima possibilidade da maldita passar por debaixo da porta. Fiquei na janela do meu quarto pra ver se alguém passava, mas nada. Um hora depois o porteiro resolveu sair da guarita, gritei por socorro imediato. Ele entrou no AP e matou a danada. Fiquei com vergonha, mas antes a vergonha do que uma barata perto de mim :blush:

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