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A origem do eletrocardiograma e como era feito o primeiro ECG de repouso

3, setembro, 2011 Ester Castro 7 comentários

Essa semana eu estava dando um up no meu treinamento e num livro sobre Eletrocardiografia Prática que tenho aqui, tinha a imagem de como era feito o primeiro exame de eletrocardiograma (ou ECG) no início do século passado. Fiquei curiosa e fui fuçar mais na internet a respeito.

Mas antes,  pra quem pegou o bonde andando, eu contei aqui no início do ano que me tornei técnica em eletrocardiograma, ou seja, faço a parte prática realizando os exames para que o médico, no caso meu marido, possa fazer a leitura e o laudo.

Continuando, googlei e achei um monte de coisa sobre a origem do eletrocardiograma, inclusive a tal imagem. Achei que seria massa postar aqui. :)

A história do eletrocardiograma (ECG) remonta ao século XIX. Acredita-se que o primeiro registro de eletrocardiograma em humanos tenha sido realizado em 1872, por Alexander Muirhead (1848-1920), engenheiro elétrico escocês especializado em telegrafia sem fio, enquanto estudava para seu doutorado em Eletricidade, em colaboração com o fisiologista britânico John Burdon Sanderson. Depois disso, o primeiro a se dedicar sistematicamente ao estudo da atividade elétrica do coração foi Augustus Waller, em Londres. Mas o grande avanço veio quando Willem Einthoven (1860-1927), médico e fisiologista holandês, inventou um sistema mais sensível e prático para registrar a atividade elétrica cardíaca. Em 1895, Einthoven distinguiu 5 deflexões no traçado de ECG, denominando-as por letras (P, Q, R, S, T) que foram consagradas e são utilizadas até hoje. Einthoven posteriormente também descreveu características eletrocardiográficas de diversas doenças cardíacas. “Por sua descoberta do mecanismo do eletrocardiograma”, Einthoven recebeu o Prêmio Nobel de Fisiologia ou Medicina em 1924.

 

Só pra completar, existiram vários precursores da eletrofisiologia no decorrer do século XIX. O primeiro protótipo de eletrocardiógrafo propriamente dito foi inventado pelo fisiologista britânico Augustus D. Waller em 1887, mas o pai da eletrocardiografia mesmo é o médico e fisiologista holandês Willem Einthoven, uma vez que aperfeiçou a técnica com o invento de um galvanômetro de corda em 1903 que possibilitou registros fiéis com uma padronização usada nos dias atuais. Sua atribuição das letras P, Q, R, S e T para as várias deflexões, ou seja, as letras que identificam a sequência dos estímulos elétricos do coração, são usadas até hoje. Aliás, a escolha de tais letras permanece uma incógnita.

Primeiro eletrocardiograma
Eletrocardiógrafo construído pela Cambridge Scientific Instrument of London, 1911.
Créditos imagem: Wikipedia

Agora notem o tamanho da traquitana usada pra fazer os primeiros eletrocardiogramas no início do século XX. Vejam que o paciente tinha que ficar com as mãos e um dos pés imersos na salmoura. Segundo consta, esse procedimento fazia a vez dos eletrodos auto-adesivos ou ventosas atualmente posicionadas no tórax e ligados por cabos ao eletrocardiógrafo.

Mas o que outrora parecia engraçado se tornou um grande passo dentro da medicina. O ECG é um exame preliminar que pode detectar quase todos os problemas cardíacos em menos de cinco minutos! Quer dizer, esse é o tempo de um ECG digital, cada vez mais comum hoje, mas ainda existem locais que utilizam um antecessor analógico que registra o exame em uma fita quilométrica que pode levar de 10 a 15 minutos pra ser feito.
De qualquer forma o que importa é o benefício deste invento e só nos resta fazer uma ode à quem incansavelmente esteve a frente dos estudos e das pesquisas para torná-lo possível. Ah sim e uma ode também à evolução tecnológica que possibilita o seu aperfeiçoamento.

 

ECG digital
Imagem Ilustrativa
Créditos: Fala Rio das Ostras

Bom, mas mudando de pato pra ganso, como eu ainda não tirei nenhuma foto do meu ambiente de trabalho, por coincidência achei a foto acima (apesar de loira, não sou eu!) que traduz bem o que eu faço e que mostra como é feito hoje o ECG de repouso digital.
A técnica acima está usando o programa Wincardio, já eu gosto de usar o ErgoPC, um programa que faz tanto o ECG como o ECG de esforço, vulgo teste ergométrico.

Os pacientes são encaminhados até mim quase sempre com o pedido de exame, faço o cadastro no programa, preparo o paciente posicionando os eletrodos no peito e as pinças no braços e pernas (gel ou álcool são imprescindíveis), faço a conexão dos cabos que vão mandar a informação dos estímulos elétricos para o computador, se está tudo ok sem nenhuma interferência, faço o registro e mando imprimir. Simples assim. Essa é minha rotina de trabalho, também toda trabalhada no jaleco branco e amando muito o que eu faço.

É claro que vez ou outra pego pacientes que acabam me deixando deprimida como foi o caso de um bebê de UM MÊS que precisava de um ECG pra risco cirúrgico porque ia fazer uma cirurgia cardíaca. Era um anjinho com o peito tão pequeno onde mal cabiam os eletrodos e que havia nascido com um problema de válvula. Sendo eu mãe, era impossível não me consternar.

Mas também há momentos gratificantes. Fiz um ECG num senhorzinho de 94 anos que eu jurava não ter mais do que 60 e mais, que AINDA DIRIGE!!! Quando perguntei a data de nascimento para efetuar o cadastro, me disse claramente sem hesitar (já teve gente de 50 que precisou pegar a ID porque não tinha certeza do ano) numa lucidez e vivacidade invejáveis. Perguntei à ele qual era o segredo de uma longividade tão feliz e ele disse que era ter o coração limpo de todo e qualquer sentimento ruim e saber ouvir. Marejei os olhos.
Claro que o fato dele nunca ter fumado e nem beber, passou a ser só um detalhe. :D

See ya!!

Fontes e leituras complementares: Cardiologia Sem Fronteiras, Wikipedia, ECG Library, História da Medicina, Health in Hand

A doença do filme “Como se Fosse a Primeira Vez” existe!

26, agosto, 2011 Ester Castro 3 comentários
Michelle Philpots

Imagem: reprodução

Lembram do filme Como se Fosse a Primeira Vez (50 First Dates-2004) em que a mocinha esquece tudo o que acanteceu no dia anterior? Aliás um filminho bem gostoso de ver…

Pois a britânica Michelle Philpots vive esse mesmo drama. Tal qual no filme ela também foi vítima de um acidente de carro e desde então sofre o que os médicos chamam de amnésia anterógrada.

Perda da habilidade de formar novas memórias a partir de um determinado ponto no tempo. Esta condição pode ser de origem orgânica ou psicogênica. A amnésia anterógrada organicamente induzida pode ocorrer seguida a um trauma cranicerebral; ataques; anóxia e outras condições adversas que afetam as estruturas neuronais associadas com a formação de memória (ex., o hipocampo; fórnix (cerebral); corpos mamilares e núcleos talâmicos anteriores).

É uma condição bastante rara, mas possível.
Michelle lembra de tudo até o dia do acidente, mas após o trauma precisa ser lembrada pelo homem que acorda ao seu lado, de que estão casados há 13 anos. Sempre que ela demonstra sinais de dúvida, precisa mostrar a foto do casamento. Além disso, todos os telefones, compromissos e coisas importantes são anotados e expostos para serem relembrados no dia seguinte.

Caramba, isso deve ser horrível! Imagina acordar todos os dias achando que ainda é 1994, data do acidente, e viver todos esses anos nessa rotina de lembra e esquece? E pra piorar, pedindo licença para um raciocínio infame, ela não deve conseguir empréstimo, nem comprar fiado e o marido deve ir pra esbórnia todo dia! :80:

Fonte: Daily Mail

Infarto já não é mais doença exclusiva de idosos!

28, dezembro, 2010 Ester Castro Fechado para comentários

Houve um tempo em que o infarto era associado às doenças senis, muito embora a doença não escolha idade. Mas era de fato muito mais comum vitimar um avô ou um tio de mais idade do que o garotão esportista.

Infarto
É a necrose (morte) de uma parte do músculo cardíaco causada pela ausência da irrigação sanguínea que leva nutrientes e oxigênio ao coração. É o resultado de uma série complexa de eventos acumulados ao longo dos anos, mas pode ser caracterizado pela oclusão das artérias coronárias em razão de um processo inflamatório associado à aderência de placas de colesterol em suas paredes. O desprendimento de um fragmento dessas placas ou a formação de um coágulo de sangue, um trombo, dentro das artérias acarretam o bloqueio do fluxo de sangue causando sérios e irreparáveis danos ao coração (necrose do músculo cardíaco).

Só que hoje em dia esse quadro mudou.
Está sendo cada vez mais comum os casos de infartos atípicos, como são chamados os infartos que acometem adultos jovens abaixo dos 40 anos, e que não são provocados pelas formas tradicionais de um infarto, como as obstruções por placas de gordura ou trombos.
O infarto atípico decorre de uma constrição da artéria, ou seja, ocorre um estreitamento brusco da artéria provocando a obstrução. Em outras palavras, é um infarto que independe dos conhecidos fatores de risco como obesidade, cigarro, diabetes, hipertensão, colesterol alto, herança genética, etc.
As causas podem ser originadas por estresse, depressão, uso de anabolizantes, drogas ilícitas e afins.

Abaixo, um link te levará à uma simulação em flash dos três tipos de infarto:

Clique na imagem e espere carregar o flash

Contudo, os adultos jovens, incluam aí também os adolescentes, estão cada vez mais predispostos aos riscos de um infarto tradicional.
Excesso de peso, cigarro, sedentarismo e péssimos hábitos alimentares estão levando jovens a se tornarem hipertensos e diabéticos, que por tabela acabam desenvolvendo doenças cardíacas.

Eu tenho acompanhado isso de perto.
Como já sabem, meu marido é cardiologista e há um mês estou trabalhando com ele na realização de eletrocardiogramas de repouso e esforço, colocação de holters e mapas cardíacos em seus atendimentos na rede pública de cidades vizinhas.
É alarmante como é grande o número de homens e mulheres acima do peso quase sempre fumantes, inclusive muito mais jovens que eu, e que desenvolveram problemas sérios de pressão alta ou diabetes por conta da condição física.

E vai mais um alerta:

O infarto em pessoas de meia idade ou mais jovens mata mais do que em idosos. Tal fato é comprovado e a explicação é simples: a aterosclerose, acúmulo de placas de gordura (ateromas) na parede das artérias, é tanto mais prejudicial quanto mais jovem for o indivíduo, pois este ainda não desenvolveu a chamada circulação colateral, mecanismo de defesa que o organismo cria ao longo do tempo contra os ateromas. Trata-se de pequenos vasos sanguíneos que crescem ao redor dos grandes, formando canais de escoamento. Nos jovens, esses caminhos alternativos ainda não existem, portanto os infartos lhes são mais graves. [Leia mais…]

Acredito que falta informação na mídia. É preciso fazer um alerta contundente sobre os hábitos destes jovens e as consequências reais da péssima postura que quase sempre já vem de berço.

No interior, os mais antigos vangloriam o garoto parrudinho e o modo como “come bem”, que no real sentido da coisa significa comer muito. E nos grandes centros a coisa não difere. Fast foods, frituras e porcarias calóricas já se tornaram cardápios endêmicos entre boa parte da população. O resultado: jovens morrendo do coração no sentido triste e literal do termo.

É isso aí queridos! Muita atenção com o peso e a saúde. Vamos cuidar do cuore, ok! ;)

Via Minha Saúde, Portal da Educação Física, Dr. Marcelo Ferraz Sampaio

“Imagine se você nunca mais puder escapar do cocô.”

14, setembro, 2010 Ester Castro 3 comentários

Dig toilets, not graves.

A WaterAid, uma organização mundial sem fins lucrativos que se preocupa com a qualidade da água e de conseguir meios para que famílias pobres tenham acesso a água potável, higiêne e saneamento, travou uma guerra contra o cocô.
Explico.

Segundo a referida ONG, 2,6 bilhões de pessoas em todo o mundo vivem sem banheiros e acabam fazendo suas necessidades na moita mais próxima. Esses excrementos é claro, acabam contaminando rios, lençóis freáticos, alimentos etc., que por sua vez estariam matando cerca de 4 mil crianças a cada dia por diarréia.

Foi criada uma petição mundial para aumentar a voz contra a questão e atrair os olhares das autoridades para que eles propiciem a construção de banheiros e saneamento básico em comunidades precárias.

“Dig toilets, not graves.”
Cave banheiros, não túmulos.

E para ajudar na divulgação do problema, a WaterAid saiu às ruas com um cocô de controle remoto sob o slogan imagine if you could never escape from poo.
Acho que é pra passar a ideia de que se não for feito nada, vai ter tanta merda pra todo lado que ninguém vai ter pra onde escapar. :=)

Embora já dizia o poeta “seria cômico se não fosse trágico”, eu ri com esse cocô de rodinhas, mas o caso é sério, viu gente. :8:

Dica do @guergolet

Campanha ultra genial sobre câncer de mama

6, setembro, 2010 Ester Castro 1 comentário

Achei bárbara essa campanha assinada pela Breast Cancer Fundation e materializada pela agência DDB de Singapura.

Pinturas corporais usando os seios como referência mostram diferentes situações de preocupação feminina, como por exemplo espinha no rosto, cabelos com frizz e tamanho do bumbum.
Então vem a pergunta chave:

“Você está obcecada pelas coisas certas?”

Mega blaster genial!!!!!!

Via Likecool