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A Cultura da Irresponsabilidade by @silviamarques

23, setembro, 2010 Ester Castro 1 comentário

Charge by Ique
Charge by Ique®

Onde está a raiz dos males do país? Por que as leis continuam vagas, falhas e pífias? Por que a “escola da vida” forma cada vez mais delinquentes? Por que a política nesse país se torna cada vez mais repulsiva quando deveria ser enaltecida? Por quê? Por quê? Por quê?

Novamente, claro que com todo aval de Silvia Marques, reproduzo mais um texto seu que não merece ficar limitado apenas ao TwitLonger, onde ela divaga com maestria sobre esse círculo vicioso e endêmico em que tudo tende acabar em pizza…

…. Já há algum tempo, venho me sentindo indignada com a onda de criminosos caras de pau que estamos vendo no Brasil. Desde políticos corruptos a assassinos brutais, o Modus Operandi atualmente não se limita ao crime, mas inclui também tripudiar a sociedade e subestimar a inteligência de um país inteiro. Dinheiro público em malas, meias, cuecas e gavetas, e os responsáveis nada sabem, nada viram, desconhecem os fatos. Sobra sempre para meia dúzia de testas de ferro, que, diga-se de passagem, são muito bem-recompensados para se submeter a esse papel, e tudo bem, todo um país é feito de idiota, nosso QI é reduzido a um dígito e a maioria de nós aceita passivamente, dando razão para os que consideram o povo imbecil.
Basta dizer “eu não sabia”, desafiando a lógica e o bom senso, e todos os fatos são magicamente transformados em intriga da oposição, complô da imprensa ou algo que o valha. O pior é ver pessoas esclarecidas, inteligentes e educadas acreditando nesses contos de fadas em que mocinhos são traídos por bandidos malvados no gabinete ao lado sem desconfiarem de nada. O brasileiro precisa deixar de pensar com a emoção, com a ideologia, e recorrer à razão, pensar logicamente sobre as chances da maior autoridade de um gabinete ter ou não controle das ações de seus subordinados e de estar ou não envolvida nessas ações.
Aí temos a outra categoria de cara de pau: Os criminosos sanguinários que desafiam todas as leis, inclusive as da física. Não basta matar a vítima, é preciso também assassinar a alma de seus familiares e subestimar a capacidade de raciocínio de todo um país. No Edifício London, onde foi tirada a vida de Isabella, entrou um híbrido de The Flash e Homem Invisível, que, em questão de segundos, atirou a criança pela janela e saiu sem ser visto por ninguém. Eliza Samúdio fugiu para a Colômbia e todas as evidências, inclusive registros telefônicos e de GPS, são meras coincidências. Uma prostituta voadora adentrou o carro de Mizael Bispo em movimento. Nenhum dos suspeitos ou condenados tem a vergonha na cara de admitir que a casa caiu e tomar a única atitude digna: Confessar o crime e dar paz às famílias, que precisam de um desfecho.
Cada vez que lemos os jornais, ficamos mais e mais abismados com a criatividade para criar versões fantásticas para justificar o injustificável. E parece até que nossa obrigação é aceitar esses pretextos, passar a mão na cabeça dos culpados. Pensando sobre o tema, concluí que a raíz disso tudo está na forma como a educação no Brasil é permissiva, os pais acobertam os filhos ao invés de corrigir seus erros. Quando uma criança vai mal na escola ou briga com um colega, a culpa sempre é do colega, do professor, do diretor do colégio. Não é raro ver pais e mães fazendo escândalos para exigir que os erros de seus filhos sejam apagados: “Meu filho reprovou o ano? Não reprovou, não! Eu conheço o dono deste colégio, vocês vão todos para a rua!”
Quando o filho é pequeno, “é coisa de criança”. Quando cresce um pouco, “adolescente é assim mesmo”. Mas e quando vira adulto e joga uma criança pela janela, manda aniquilar a Maria-Chuteira inconveniente ou atira o carro da namorada na represa? Aí o judiciário, a imprensa e a sociedade é que são pressionados a deixar para lá. A imagem de Antonio Nardoni defendendo o filho do indefensável será sempre emblemática. Pais como ele poderiam escrever um manual: “Como manipular o sistema ao meu favor e não me responsabilizar pelos meus erros”. É a cultura da irresponsabilidade

Link para o texto original.

Categories: Comportamento, Tudo

Fiuk e seu comentário infeliz!

21, setembro, 2010 Ester Castro 19 comentários

Fiuk

Eu acho o Fiuk um fofo muito do lindinho, mas ele foi absurdamente infeliz numa declaração que deu à revista Contigo há alguns dias atrás, quando admitiu ter usado drogas:

“Não vou falar qual. É f… porque falando isso, o tacham de drogado, sendo que o próprio cara que lê, às vezes, fuma, cheira. Não quero incentivar ninguém nem nada disso, mas tenho de ser sincero com minhas experiências. Experimentei porque acho que é preciso saber o que é para não beijar a boca da ilusão. Aí o cara quando estiver numa roda, vai poder ser firme ao falar: ‘Valeu, tô fora’. Vivo num meio que tem muita droga. O ser humano é muito curioso e, quem diz que não é, mente”

Não vou entrar no mérito dele assumir ter experimentado algum tipo de droga. Mesmo com a gama de informações e esclarecimentos a cerca do assunto que temos por aí, cada um tem seu livre arbítrio. Usa quem quer. Fode-se idem.

Mas o que eu questiono com todo o meu espanto é ele ter afirmado que é preciso ver qual é a da droga pra depois ser firme e dizer que tá fora. Como assim, meu querido????

DROGA é o tipo de coisa que por mais que você seja um modafóca curioso seguro de si, você NUNCA deve sanar sua curiosidade.
Na grande maioria das vezes as drogas já te fazem refém numa única e primeira vez! Tudo vai depender do grau de pureza do produto e da propensão ao vício do próprio indivíduo. É notório que quanto mais jovem ele for, maiores são as chances de se tornar dependente.

Mas o X da questão está justamente no público alvo de Fiuk, ou seja, projetos de gente no auge da formação de suas personalidades e desprovidos de qualquer estrutura racional, que tendem tomar como referência o que é dito pelo ídolo. Tipo ele disse que tem que saber como é pra dizer não, então também vou experimentar. Bem inteligente né?

Gente, gente gente….. a única coisa que realmente é preciso saber, é que é preciso ficar longe dessa merda! Só. Simples assim.

E jamais deve-se levar em conta aqueles que bebem socialmente e nunca se tornam alcoólatras ou aqueles que fumam uma maconha só pra relaxar vez ou outra e nem vão além, porque cada organismo reage de forma diferente. Você pode fazer isso e nunca se tornar um viciado, mas por outro lado pode achar que o barato tá pouco e vai a procura de algo mais forte e por aí vai. Roleta russa pura. Não dá pra jogar com a vida assim.

Fonte da nota EGO

Crossdressing masculino – tem que ser muito macho pra fazer!

18, setembro, 2010 Ester Castro 20 comentários

Crossdressing é um termo que se refere a pessoas que vestem roupa ou usam objetos associados ao sexo oposto, por qualquer uma de muitas razões, desde vivenciar uma faceta feminina (para os homens), masculina (para as mulheres), motivos profissionais, para obter gratificação sexual, ou outras. O crossdressing (ou travestismo, no Português Europeu, e frequentemente abreviado para “CD”), não está relacionado com a orientação sexual, e um crossdresser pode ser heterossexual, homossexual, bissexual ou assexual. O crossdressing também não está relacionado com a transsexualidade. [Fonte]

Crossdressing masculino
Imagem via Flickr by Christine_3830

Eu sei que parece ser bem complicado acreditar que alguém, principalmente um homem que se diz hétero, costuma praticar o crossdressing.
Esse da imagem acima, adota o nickname Christine, diz que é casado e que sua mulher sabe de sua prática aceitando muito bem a situação, embora não tenha sido assim no início. Imagino que não deve ter sido fácil acostumar com o marido usando calcinhas até mesmo enquanto usa roupas normais.
Mas ele diz que agora ambos vão ao shopping juntos para comprar make e roupas, como duas amigas…. dá pra acreditar??


Imagem do modelo Jing Cheng via Flickr by Akane

Já este outro crossdresser acima é absurdamente impressionante. Nem por mil roscas eu imaginaria que se tratava de um homem até ver um post no Trans Data Base, um blog voltado a esse universo onde o editor também é praticante.

Guitarrista Hizaki da banda Versailles
Guitarrista Hizaki da banda Versailles

O crossdressing também está associado ao visual kei ou visual j-rock, um estilo musical japonês onde o modo de vestir está intimamente ligado à música sendo tão importante quanto.
Como exemplo cito a banda japonesa Versailles, que aliás esteve no Brasil em junho deste ano. O grupo tem cinco integrantes que adotam looks variados dentro do visual kei, e o que mais enfatiza o crossdressing é o guitarrista Hizaki, assumindo quase que sempre um look medieval feminino.
E o garoto tem talento. Saca só um solo de guitarra dele.

O que eu penso disso?
Nada contra embora eu ache estranho um hétero assumido ter esse tipo de fetiche. Mas se a orientação sexual está bem resolvida, que mal tem. Se é feliz assim e não tem o menor pudor de assumir a condição de crossdresser, palmas pra ele. Poucos tem essa coragem.

Pra quem quiser conferir mais, tem uma vasta galeria de crossdresser japonês no Flickr.

Dica do maridão que garante que jamais fará crossdressing…  :=)

Mulher com sovaco e pernas peludas. Quem curte?

8, setembro, 2010 Ester Castro 68 comentários

Isso chega a doer nos zóio, mas é isso que pregou o movimento feminista Hairy Awarey, que não foi adiante e que pra mim pareceu mais um engodo numa tentativa de brincar com modismos, enfim…

Mas a despeito de movimento pró pêlo ou não isso já é endêmico há muito tempo em algumas culturas, regiões ou religiões.

Eu mesma, há mais de vinte anos atrás quando ainda frequentava a religião protestante, convivi com o pastor e a sua esposa, ambos alemães “transferidos” para o Brasil. Acreditem, ela tinha mais pêlo no sovaco que o meu pai!!!! E usava regata!!!!! E me cumprimentava com abraços calorosos!!!!! Argh! :80:
Ela dizia que era muito comum em algumas regiões da Europa, as mulheres assumirem pêlos. Então tá então.

O fato é que não faz muito tempo, o mundo comentou as axilas peludas de Julia Roberts e também as pernas não depiladas de Mo’Nique, embora glamurosas no tapete vermelho. Sem falar de várias outras beldades e celebridades que já foram fotografadas ao longo dos anos em situações similares.

Opção ou modismo?


Até tu Poeta?

As pernas peludas até que são mais comuns. Muitas assumem pêlos apenas nas coxas e outras optam por descolori-los. Mulheres morenas são as maiores vítimas por possuírem pêlos mais escuros e acentuados.
Particularmente não sei o que é mais estranho, ter a perna parecida com a de um homem ou com a de um porco duroc.


Imagem ilustrativa meramente substitutiva

Difícil é não especular que uma mulher que assume axilas e pernas peludas, também não esteja cultivando uma “amazônia” em sua “shangri-lá” particular, não é mesmo?
Aliás tema muito bem discutido aqui antes, onde opiniões se dividiram entre o “desmatamento total” e pequenas “reservas ecológicas”. :=)

Pêlos (ou pelos) são apêndices filiformes e coniformes da pele dos mamíferos. No homem possui a função de proteção da luz solar direta e diminuir a fricção nas axilas e partes íntimas.[Fonte]

Mas voltando aos sovacos e cambitos, pêlos fazem parte da nossa anatomia desde os primórdios da criação, e a despeito de sua funcionalidade, são adotados total ou parcialmente seja por opção pessoal, convicções culturais ou religiosas.
Você usa e acha lindo? Parabéns. Mas como gosto é particular e intransferível, acho feio. Posso?

E você, o que acha? Se não se decidiu, esse link pode te ajudar. :8:

Via Players, Terra e Opinado

Análise feminina sobre crítica masculina ao corpo de Cléo Pires por @silviamarques

11, agosto, 2010 Ester Castro 176 comentários

O texto abaixo é de autoria da tradutora e intérprete Sílvia Marques, que se viu indignada com as críticas masculinas feitas ao corpo de Cléo Pires no ensaio da Playboy.
Pedi autorização à ela para reproduzir seu texto aqui por também partilhar da ideia de que a grande maioria dos homens, principalmente os das novas gerações, tem transportado para a vida real o conceito de beleza apresentado no universo photoshopado, siliconado e pornográfico.
A coisa chega a tal ponto que independente do gosto ou favoritismo a um biótipo feminino específico, a beleza natural parece chocar e a beleza fabricada passa a ser a nova natural. Preocupante.

Acompanhem o texto:

O homem brasileiro anda muito boiola. É isso mesmo. Estava lendo os comentários de uns rapazes sobre a Playboy da Cleo Pires e de repente percebi que o homem brasileiro não gosta mais de mulher! As “críticas” se referiam ao fato dela ter os seios pequenos, mamilos escuros, pelos pubianos e, provavelmente, lábios vaginais escuros. Achei bizarro o espanto ao ver essas características em uma mulher morena.

Sinto informá-los, meninos, mas vocês têm atração sexual por travestis!

Sim, o que vocês consideram “mulher bonita” é, na verdade, um protótipo construído em mesa cirúrgica, resultante de procedimentos desenvolvidos para transformar homens em mulheres. Vejo características que muitos têm buscado e percebo que é um biótipo impossível de ser encontrado na natureza, uma überwoman: Cabelos loiros e lisos, traços finos, boca volumosa, pele bronzeada, seios grandes, cintura fina, bunda grande, pernas esguias, mamilos e lábios vaginais rosados, ausência de pelos.

Pois bem, não existe mulher na face da terra que consiga reunir naturalmente todas essas características, porque “isso” é um híbrido de muitos biótipos diferentes, e quem teve a ideia de pinçar o ponto forte de cada tipo físico para construir a supermulher foram sim os travestis (pois é, riam do Ronaldo agora).

A mulher naturalmente loira poderá ter traços delicados, seios grandes, partes íntimas rosadas e pernas esguias, mas não terá boca volumosa, bunda grande ou pele dourada. Já a morena (que é a brasileira típica, por sinal) terá pele dourada e corpo de violão, mas não terá cabelos loiros e lisos, partes íntimas rosadas, seios grandes, pernas esquias. Conseguem enxergar o paradoxo?

Para atender ao padrão de beleza, tanto a loira quanto morena terão que fazer modificações desnecessárias nos seus corpos. Sem contar a mulher negra e a oriental, que praticamente não têm nenhuma de suas características naturais nesse ideal estético, e a descedente de europeus que possui algumas características da loira, outras da morena, mas também não é 100% “perfeita”.

Ah… Tem também a questão dos pelos pubianos: Depilação total, nenhum pelo permitido. Parem de assistir tanto filme pornô! Essa depilação é útil na indústria pornográfica por uma questão técnica, a ausência de pelos permite a captação de detalhes pela câmera, mas na vida cotidiana… Sinceramente!

Muitos homens pressionam suas mulheres a se modificar, seja com uma tinta de cabelo, uma chapinha, uma cirurgia plástica ou uma depilação exagerada. E o pior, as mulheres aceitam. Digam não ao cabelo amarelo Carla Perez, mulheres! Digam não a chapas de metal fervendo seus miolos diariamente. Digam não a implantes e sucções desnecessários e perigosos. É importante se cuidar sim, mas para valorizar a sua beleza natural, não transformá-la em quem você não é.

E sabem o que vocês conseguem com essas exigências anatômicas, brasileiros? Conseguem fazer com que muitas mulheres, como eu, por exemplo, corram para os braços de homens estrangeiros, que não sofreram a lavagem cerebral dessa cultura demasiadamente sexualizada do Brasil e sabem, portanto, apreciar a beleza natural da mulher. Perguntar o que o homem gostaria de mudar em você e ouvir “nada, eu adoro o seu corpo como ele é” é um afrodisíaco poderoso.

Link para o texto original.